Em Que Horas Ela Volta? Anna
Muylaert (É Proibido Fumar) mostra o dia-a-dia de Val (Regina Casé), empregada
doméstica em São Paulo, que veio do nordeste e lá deixou a sua filha para
cuidar da casa e do filho de patrões da elite paulistana.
Bárbara
(Karine Teles), José Carlos (Lourenço Mutarelli) os patrões e seu filho Fabinho
(Michel Joelsas) são mostrados como totalmente dependentes dos afazeres de Val
e ao mesmo tempo quase indiferentes à vida da empregada. Fabinho por sua vez vê
na empregada a imagem de uma mãe, aliás, ela o criou para que sua mãe pudesse
trabalhar.
A trama que
apresenta nada mais que uma típica família da burguesia paulista é abalada
quando Val recebe a notícia que sua filha Jéssica (Camila Márdila) está vindo à
São Paulo fazer vestibular e precisa de um lugar para ficar, como a empregada
vive na casa dos patrões a primeira opção é a garota passar alguns dias vivendo
ao lado da mãe junto à família abastada.
A trama
mostra o cenário triste que existe ainda hoje no Brasil, demonstrando todo o
descaso e excesso de regalias que patrões exigem de seus empregados em pleno
século XXI. Val vive sua vida para seus patrões, deixando sua filha e todo e
qualquer outras conquistas para cuidar de seus empregadores.
Já a
família tem uma visão comum do cenário apresentado, afinal, foram educados
assim, acostumados com alguém lhes servindo, herança de famílias escravagistas
do século XIX, que apesar de terem aprendido a custear o trabalho de seus
serviçais, nunca aprenderam a trata-los como pessoas com direitos iguais aos
seus.
O filme
retrata esse cenário triste que assola a população brasileira, mas também
mostra que este cenário pode vir a ter mudanças, muitas vezes vemos Fabinho
tratando Val com respeito, resta saber se realmente fará isso quando tiver sua
“Val” no futuro, mas a trama também guarda surpresas que vão deixar o espectador
orgulhoso e reflexivo sobre o tema ali abordado.
Texto: Thiago Sabino
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