quarta-feira, 27 de julho de 2016

Devorando Shakespeare






“Devorando Shakespeare” é um curso mensal, coordenado pela escritora Clotilde Tavares, que visa conhecer e analisar a obra do escritor inglês por meio da exibição e discussão de filmes sobre as peças shakespearianas. A escritora é “[...] fã inconteste, tiete despudoradamente shakespeareana até a última fibra do meu coração poético e teatral, [...] [d]este homem e digo que sua leitura continua sendo fonte de um prazer estético e artístico indescritível, que deveria ser experimentado por todos.”. A justificativa para estes encontros mensais é dada pela escritora “Por que ler Shakespeare hoje? Ora, minha gente! Porque Shakespeare - como todo clássico - é atual, é universal e é genial. Mas é velho, diria você. É antigo, é antiquado, trata de reis e rainhas, coisas obsoletas, que não existem mais. [...] O que eu sei é que os jovens adoram, quando entram na viagem. E o que é isso: “entrar na viagem”? É se despir dos preconceitos e ultrapassar as barreiras que nos separam dessa obra tão genial. A principal barreira, e talvez a mais amedrontadora, é mesmo a da linguagem. William Shakespeare se expressa com riqueza de detalhes, de metáforas e de imagens poéticas de uma forma que revolucionou a língua inglesa da época elisabetana e que ainda hoje dificulta um pouco a sua leitura até mesmo no idioma original. Mas é só relaxar, deixar-se levar pela magia das palavras e começar a entender que “o úmido astro que ergue o império de Netuno” é a Lua, e que “a carga de Hércules” é o mundo, o globo terrestre. Mal comparando, as músicas do Planet Hemp e do “rap” em geral, por exemplo, também são incompreensíveis para quem não “entra na viagem” da linguagem, das expressões, dos assuntos abordados.” Por tudo isso, e porque neste ano estamos celebrando os 400 anos da morte desse grande escritor que é leitura obrigatória de todos os alunos do curso de letras, propomos “Devorando Shakespeare”.

O primeiro encontro, em março, foi uma introdução ao teatro de Shakespeare, tendo a escritora apresentado o autor, a época em que este viveu e escreveu. Deixou marcado que as peças teatrais se realizam plenamente no palco ou no cinema, onde os atores representam os personagens criados pelo autor. O segundo, em abril, com o filme Hamlet (1990), dirigido por Franco Zefirelli.
Em junho, Ricardo III - Um Ensaio (1996), com direção de Al Pacino, mostra a construção teatral da clássica história de Shakespeare, desde os ensaios às conversas entre os atores sobre qual seria a melhor forma de encená-la, além de entrevistar pessoas nas ruas, perguntando o que sabem sobre o protagonista da peça.


Texto: Laís Silva

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